‘Álcool é Álcool’: Campanha Doses Certas conscientiza sobre moderação e derruba mitos sobre consumo dos destilados

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Postado em 13 de agosto de 2021

Apoiado por entidades do setor, Movimento mostra que não importa o tipo de bebida que se consome, mas sim a quantidade absoluta de álcool ingerida por indivíduo

As bebidas destiladas, a cerveja e o vinho possuem o mesmo tipo de álcool: o etanol. Por isso, o Movimento Doses Certas lançou uma campanha com objetivo de promover informação educativa e transformadora para o público adulto e saudável que opta por beber. Na prática, significa combater mitos e fake news que rondam as bebidas alcoólicas e causam prejuízo à saúde pública e à economia, tirando competitividade do setor e aumentando a formação do mercado ilegal. A ideia principal é mostrar que “Álcool é Álcool” e que o que importa mesmo é a quantidade absoluta de consumo do indivíduo e não o tipo da bebida ou seu teor de percentual alcoólico.

Com apoio de entidades representativas do setor, como a Associação Brasileira de Bebidas Destiladas (ABBD) e o Instituto Brasileiro de Cachaça (IBRAC), o Doses Certas desmistifica a falsa ideia de que existem bebidas fortes e fracas de forma didática: imagine uma mesa de bar com três amigos. Um está bebendo 330 ml de cerveja, a um teor alcoólico de 4%; o outro está bebericando 100 ml de vinho tinto, a 12%; e o terceiro saboreia 30 ml de um destilado, como uísque, Cachaça e vodka, a 40% de teor alcoólico. Mesmo sendo bebidas diferentes, os três amigos estão ingerindo, cada um, a mesma quantidade absoluta de álcool: 10 gramas, aproximadamente.

Sendo assim, não importa o tipo de bebida e não existe uma “mais forte” do que a outra, já que o que varia mesmo é a quantidade total ingerida de etanol por pessoa.A campanha, que se baseia no mote central de que “Álcool é Álcool”, pretende abrir os olhos dos consumidores e trazer o conceito de Dose Padrão,norteado por uma medida de 10 gramas de álcool, que ajuda a estabelecer uma referência da quantidade absoluta da substância.

A própria Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estipula que 10g é a porção padrão para efeito de rotulagem nutricional de alimentos. Em nível global, a Organização Mundial de Saúde (OMS) também já chegou a recomendar a dose padrão de 10 a 12 gramas de álcool, sugerindo até três doses para homens e duas doses para mulheres, com pelo menos dois dias de intervalo sem consumo na semana.

“A percepção equivocada de que existe uma bebida mais forte do que a outra ou ainda, bebidas frias e bebidas quentes, está enraizada no imaginário popular e traz consequências negativas para todos. Álcool é álcool e entender isso ajuda o consumidor a fazer melhores escolhas e a regular o mercado de forma isonômica, tanto no âmbito regulatório, quanto no tributário”, explica Eduardo Cidade, presidente da ABBD.

O diretor executivo do IBRAC, Carlos Lima, também acredita que a correta informação ao consumidor traz benefícios para toda a sociedade e acende uma luz sobre o consumo responsável permitindo que o consumidor faça escolhas conscientes..

“O Doses Certas foi criado, com o apoio do IBRAC, para aprofundar o debate sobre o consumo responsável de bebidas alcoólicas. O movimento apoia a adoção do conceito de Dose Padrão como ferramenta para a moderação do consumo e, naturalmente, combate a narrativa equivocada de que existam bebidas ‘quentes’ ou ‘frias’, ‘fortes’ ou ‘fracas’., o que sabemos que não procede. Álcool é álcool, como bem diz o slogan e a percepção equivocada sobre o tema tem gerado, inclusive, desdobramentos tributários que prejudicam o setor da Cachaça e dos destilados.”, defende.

Informação transforma Para a especialista Jessica Durán, uma das autoras do livro “Dose Padrão: uma ferramenta para o combate ao consumo nocivo de álcool”, a dose padrão de álcool – quantidade de etanol presente em qualquer tipo de bebida, medida em gramas – é um instrumento eficaz para a prevenção do consumo nocivo de bebidas alcoólicas. Usando o México como referência, país com características semelhantes ao Brasil, ela considera o consumo nocivo nas situações:

  • O consumo feito por menores de idade.
  • O consumo excessivo de álcool – superior a 3 doses diárias para mulheres e 4 para homens, sendo cada dose padrão correspondente a 13 gramas de álcool puro.
  • O “consumo explosivo”, ou seja, beber as doses rápido demais.
  • Combinar álcool e direção de veículos, incluindo bicicletas e patinetes.
  • Misturar bebidas com remédios; o consumo de álcool por pessoas com enfermidades crônicas, como câncer e diabetes.
  • O consumo de bebidas ilícitas, que nutrem o mercado informal e são acessíveis às pessoas mais vulneráveis.

Por ser um parâmetro de referência, adotado internacionalmente, a dose padrão oferece uma métrica de comparação única para estudos regionais e globais sobre o consumo de álcool. Isso torna possível avaliar hábitos e culturas locais e realizar comparações entre regiões de um mesmo país ou até entre países.

Além disso, o estabelecimento dessa referência ajuda na elaboração de políticas públicas eficazes para evitar o uso nocivo do álcool, tanto em nível local quanto global.